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Cómo se ha comportado el seguro latinoamericano en 2022

Como se comportou o setor segurador latino-americano em 2022?

Especialistas da MAPFRE Economics realizaram um abrangente relatório com a revisão das principais dimensões dos mercados seguradores da América Latina, atendendo a aspectos fundamentais como o crescimento dos prêmios, as tendências estruturais e a penetração do seguro na região.

Para falar sobre este trabalho essencial, intitulado “O mercado segurador latino-americano em 2022”, contamos com a participação de dois grandes especialistas na matéria da MAPFRE Economics: Manuel Aguilera, Diretor Geral, e Ricardo González, Diretor de Análise, Estudos Setoriais e Regulação, além da enriquecedora coordenação de Gerardo Antonio Corrales, CEO da MAPFRE PANAMÁ.

Contexto econômico e demográfico

Ricardo González, Diretor de Análise, Estudos Setoriais e Regulação da MAPFRE Economics, começou esboçando o contexto socioeconômico em que se desenvolveu o setor segurador em 2022, ano abordado no relatório. Os anos anteriores estão marcados, primeiro, pela pandemia e mais tarde pela guerra da Ucrânia; traçam uma abrupta evolução do PIB mundial com uma acentuada queda em 2020 e um elevado aumento no ano seguinte (6,3%) devido ao processo de reabertura econômica.

Desta forma, chegamos ao ano que apresenta um crescimento mundial em torno de 3,4%. A retomada dos mercados também foi acompanhada por um aumento da inflação “consequência de uma oferta que não foi capaz de atender o forte aumento da demanda, e que ainda se somou ao encarecimento de alimentos e energia” após o início da guerra da Ucrânia.

Na América Latina, são adicionados a todos esses fatores os desastres naturais consequências do fenômeno El Niño, que também pressionaram a elevação dos preços, o que faz com que a inflação esteja um pouco acima da média mundial, apesar da economia latino-americana em 2022 ter crescido 4%, sobretudo pelo impulso da demanda interna, do consumo e de setores como o turismo. Esta conjuntura obrigou os bancos centrais a reforçar suas políticas monetárias com aumentos adicionais nas taxas de juros, atingindo níveis reais positivos. “Este é um ambiente muito favorável aos produtos relacionados à Vida, vinculados à economia e aos de Rendimentos Vitalícios, antes penalizados pela política monetária acomodatícia”, esclarece Ricardo González. O especialista destacou também que, em 2022, foram realizadas políticas contrativas em nível fiscal, já que as ajudas concedidas durante a pandemia tensionaram muito as contas públicas.

As perspectivas para 2023 e 2024 apresentam-se complexas, com uma desaceleração do PIB regional. Além disso, os três principais problemas estruturais da América Latina – desigualdade, insegurança e baixa produtividade de suas economias – “traz previsões de um ambiente para o setor segurador de desaceleração”. Junto à análise econômica, Ricardo González perfilou o padrão demográfico da região, que “conduz um crescente processo de envelhecimento populacional, que abre áreas de oportunidade para o setor segurador como instrumento de política pública para complementar os sistemas de pensões e de saúde”.

O setor segurador em 2022

A MAPFRE Economics destaca três aspectos principais que marcaram o desenvolvimento do mercado segurador latino-americano:

  • Aumento significativo no negócio segurador, combatendo a inflação e os mercados globais, com os seguros de Não Vida como principal motor crescimento. Além disso, os seguros de Vida aumentaram graças às altas taxas de juros.
  • Crescimento na maioria dos mercados.
  • Aumento da rentabilidade no setor segurador; 9,909 bilhões de dólares.

Ao concluir, Ricardo González afirmou que “o setor segurador na América Latina é rentável e solvente e os índices em termos de rentabilidade relativos, como o ROE e o ROA, foram positivos em praticamente todos os mercados”. O volume de prêmios totalizou 173,7 bilhões de dólares. Os dois grandes mercados da região continuam sendo Brasil e México, com grande população, e chama a atenção que em terceiro lugar esteja Porto Rico, o de menor população entre os 19 analisados. O negócio de Vida pesou 42,2% e o de Não Vida 57,7% (ao contrário do que costuma acontecer nos países desenvolvidos). Em 2022, o mercado latino-americano superou o global, obtendo um crescimento global de prêmios de tarifas de 15,9% (em relação a 0,3% global).

Neste ponto, o especialista apresentou um revelador gráfico que mostra como a tendência seguida desde 2013, que refletia como a participação de prêmios do mercado latino-americano perdia peso no contexto mundial, apresenta uma inversão nos dois últimos anos, aumentando sua presença para 2,6%. Esta percentagem ainda é baixa em relação à sua população e ao seu PIB, que representa 6% mundial, mas com um promissor percurso pela frente.

O relatório detalhado da MAPFRE também inclui uma análise do crescimento do mercado segurador a partir de três perspectivas: o crescimento em USD, em crescimento nominal em moeda local, e o crescimento real em moeda local. Sob este terceiro critério, as regiões que mais cresceram foram Colômbia, Equador e Chile, e as linhas de seguros mais procuradas foram Vida e Pensões, Automóveis e Acidentes de Trabalho.

Tendências estruturais do setor

Após a apresentação de Ricardo González, tomou a palavra Manuel Aguilera, Diretor Geral da MAPFRE Economics, para falar da análise estrutural do mercado segurador na região.

Em relação ao nível de penetração na região (relação entre prêmios e PIB), atingiu no fechamento de 2022 3,01%, recorde histórico na América Latina. “Este aumento, é visto com uma perspectiva de médio prazo, implica que, ao longo dos últimos dez anos, a penetração aumentou em 0,4% do PIB da América Latina”, assegurou. Há quatro regiões acima da média de penetração da região: Porto Rico (16,4%), Chile (4,3%), Colômbia (3,2%) e Brasil (3,1%). “Este índice tem a ver com a aplicação de políticas públicas, e com isso me refiro àquelas que utilizam o seguro como um instrumento para alcançar grandes objetivos sociais e econômicos”, afirmou Manuel Aguilera. Por exemplo, no caso de Porto Rico, 12,3% da penetração provêm de parte de políticas vinculadas à previdência social.

O indicador da densidade, variável microeconômica que fala do consumo do seguro pelos habitantes de um país, em 2022 atingiu US$ 262 em média regional, com uma presença de destaque dos seguros de Não Vida. Esses níveis não variaram significativamente nos últimos dez anos, devido ao próprio desenvolvimento do setor e ao efeito das taxas de câmbio ao longo deste período. Como observação otimista, o diretor da MAPFRE Economics destaca “que a partir de 2020 há um aumento no índice”.

O terceiro indicador

O terceiro indicador refletido no relatório é o aprofundamento, de natureza qualitativa, que avalia o grau de maturidade dos mercados, e do qual se extrai que quanto mais desenvolvidos forem os mercados de seguros, maior é a participação dos segmentos de Vida no conjunto de prêmios (e vice-versa com os de Não Vida). No fechamento do ano passado, o aprofundamento na América Latina atingiu uma porcentagem de 42,3%, relativamente baixa em comparação com o que acontece na maior parte dos mercados desenvolvidos, embora se espere “uma tendência ascendente”.

Por fim, Manuel Aguilera concluiu fazendo referência à Brecha de Proteção do Seguro (BPS), definida como a diferença entre a cobertura de seguros economicamente necessária e benéfica para a sociedade e a efetivamente adquirida. De acordo com a estimativa da MAPFRE, na América Latina a brecha atingiu 267,2 bilhões de dólares, com 60% provenientes do segmento de Vida. Esta estimativa da BPS permite, também, detectar qual seria o mercado potencial de seguros, que poderia atingir no caso da região 440,9 bilhões de dólares.

 

Se quiser ler o abrangente relatório desenvolvido pelos especialistas da MAPFRE Economics, ‘O mercado segurador latino-americano em 2022’, no qual, além das conclusões explicadas neste artigo, encontram-se muito outros dados, como análises por país, estimativas por segmentos de seguros e evoluções comparadas do negócio segurador, você pode baixá-lo aqui.

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