Mais de 35 pessoas da alta direção e especialistas passaram pelo palco da Fundación Pablo VI de Madri, que aceitou o convite por antonomásia da Gestão de Riscos. Também foram oferecidos diplomas acadêmicos e foram apresentados dois livros.
O cartaz do 34º Congresso exibiu a imagem de um foguete da AGERS. Seguindo a mesma linha, Alicia Soler, Diretora da AGERS, e Mario Ramírez, Global Risk, Assets & Audit Lead da EXOLUM, deram as boas-vindas aos participantes como comandantes do voo que começava.
Palestras magnas
Desde o início, foi anunciado que o Congresso percorreria galáxias de ideias, propostas, experiências e reflexões, e assim foi feito, graças a um programa repleto de sabedoria que iniciou com a palestra magna de Jorge Lanza Peral, Group Chief Executive Officer da EXOLUM. Foram apresentados os desafios da Net Zero para atingir os objetivos definidos para 2050: biocombustíveis, armazenamento de energia, regulamentos… “A atuação da Exolum é fundamental para esta transição, por isso peço às seguradoras e ao setor financeiro que permitam impulsionar a transição energética.”
Outra palestra excepcional foi a do Pablo Trueba, CEO da Marsh, intitulada “Diagnóstico do mercado segurador”. Uma de suas abordagens foi a de viver em um “mundo policrise”, pois os riscos estão muito relacionados entre si. Além disso, indicou o impacto dos riscos globais no mercado segurador:
- “Aumento de acidentes e gravidade dos danos;
- necessidade de novos produtos e soluções;
- e restrições de custos e cobertura.”
E concluiu: “Estamos passando por um período de instabilidade e precisaremos saber lidar com isso. Temos uma excelente oportunidade para exercer a Gestão de Riscos”.
Entre os painéis, dois se diferenciaram dos demais. Por um lado, a entrega de reconhecimento acadêmico a alunas e alunos do programa universitário promovido pela AGERS. Entre os nomes mencionados estava María Teresa Queralt, da Área de Engenharia da MAPFRE Global Risks. Por outro lado, foram apresentados dois livros: Cómo generar valor en las empresas mediante la gestión de riesgos, Administradores y Directivos: Responsabilidad y Seguro de D&O. Ambos estão disponíveis na biblioteca da AGERS para entidades associadas.
Painéis de conhecimento
Também houve mesas-redondas temáticas, todas muito reveladoras e algumas bastante interativas com o público.
1. Perguntas que um conselheiro deve fazer sobre a função de riscos empresariais
Indra, ASE, Unicredit, Credicorp e CUNEF abordaram o papel do Conselho no futuro dos riscos empresariais. Um dos participantes, Jose J. Massa, professor financeiro da CUNEF, afirmou: “Os Conselhos Administrativos devem perceber que, se nada acontecer, é porque as coisas estão sendo feito bem feitas.”
2. Gestão de riscos em diferentes funções: Auditoria interna, CRO, Insurance Director e Risk Manage
Nesta ocasião, os participantes responderam a uma pesquisa simples sobre o papel de cada uma das figuras com respeito à Gestão de Riscos, que serviu como contexto para a reflexão posterior. Amazon, Archroma, Grupo Santander e Atlántica Sustainable Infraestructure protagonizaram o painel em que uma ideia chave foi acordada: “Mais importante do que onde aplicamos a Gestão de Risco, é como a aplicamos.”
3. “Traçando o rumo: navegando pelos riscos da inteligência artificial com o ChatGPT”
Este foi outro dos painéis que contou com a participação do público para demonstrar o funcionamento do ChatGPT e as brechas de segurança que se abrem com o seu uso. Participaram: El Corte Inglés Seguros, Howden Iberia, Grupo EYSA, DSG Abogados e MAPFRE, liderados por Elena Mora González, Diretora de Privacidade e Proteção de Dados. Entre as reflexões, destacou: “Perde-se o controle das informações e dos dados inseridos. As falhas de segurança geradas pelo ChatGPT devem ser levadas em consideração.”
4. “Desafios da gestão da água, excesso ou defeito: riscos e oportunidades para a indústria”
Noatum, MITECO, Swiss Re, AGBAR e o Consórcio de Compensação de Seguros fizeram parte desta mesa-redonda que se aprofundou nos riscos tanto do excesso quanto na extrema escassez da água. A instabilidade que caracteriza nosso clima mediterrâneo foi mencionada e, após intervenções interessantes, concluiu-se, entre outros aspectos, que o que nos diferencia do mercado segurador internacional é a interação público-privada: “É possível que o consórcio seja a chave entre o setor de seguros da Espanha e o resto, porque a colaboração público-privada nos torna melhores.”
5. “Taxonomia dos riscos, diretiva de informação não financeira”
A Sanitas e o Consórcio de Compensação de Seguros analisaram a taxonomia dos riscos não financeiros e avaliaram a importância da existência da norma. No entanto, também detectaram alguns poréns. “As normas nos dizem o quê precisamos fazer, mas não como.”
6. “Perspectivas internacionais sobre a gestão de cativas: diálogo entre Itália, França, Luxemburgo e Espanha”
Painel internacional, em língua inglesa, com grandes profissionais representando a APOGERIS, FERMA e ANRA, tendo Juan Carlos López Porcel, Presidente da AGERS, como moderador. As diferentes posições foram interligadas até concluirmos que as cativas não são para pequenas e sim para médias e, claro, grandes empresas.
Workshops práticos conclusivos
A sessão da tarde foi ocupada por quatro workshops práticos simultâneos que destacaram as figuras do cliente, seguradoras, corretores, peritos reguladores, advogados, subscritores… em diferentes áreas:
- Gestão de riscos em PMEs, da qual participou a já mencionada María Teresa Queralt.
- Garantia bancária e seguros de caução.
- Danos materiais no setor de alimentação.
- Energias renováveis.
Em suma, por mais um ano, a AGERS consolidou-se como um dos eventos essenciais e incontornáveis para os profissionais de gestão de riscos.
Julia Gómez de Ávila Segade – Comunicação da MAPFRE Global Risks.