Em 9 de abril de 2024, ocorreu o Fórum “Adaptação ao risco de enchente: prevenção e colaboração público-privada” da AGERS e durante sua participação, Bosco Francoy, CEO da MAPFRE Global Risks, fez um balanço da evolução deste tipo de sinistros e seu impacto no seguro.
Nas instalações da ArcelorMittal España S.A. de Avilés (Astúrias) foi realizado, neste 9 de abril, o Fórum sobre “Adaptação ao risco de enchente: prevenção e colaboração público-privada”, organizado pela Associação de Gestão de Riscos e Seguros (AGERS). Especialistas de diferentes setores reuniram-se para descrever as fases na gestão do risco de enchentes e encontrar estratégias eficazes na administração deste tipo de sinistros, enfatizando a prevenção e a necessidade da colaboração público-privada.
Neste encontro, participaram da mesa redonda Bosco Francoy, CEO da MAPFRE Global Risks, Aránzazu Gurrea-Nozaleda Merayo, chefe do serviço de proteção de enchentes da Diretoria Geral da Água do MITECO, Francisco Espejo Gil, subdiretor de estudos e relações internacionais do Consórcio de Compensação de Seguros e Juan Carlos López Porcel, Presidente da AGERS e Diretor de Riscos e Seguros na ArcelorMittal España, que atuou como moderador e facilitador da conscientização pela prevenção e colaboração público-privada para enfrentar os desafios que as enchentes apresentam.
O claim da jornada foi realizado debatendo em detalhes as fases pelas quais deve passar a gestão do risco de enchentes:
- Análise
- Identificação
- Ações de mitigação
- Planos de emergência
- Plano de continuidade
- Inventário de ativos
- E, por último, a possível estrutura de seguros aplicável.
A necessidade de conscientizar e educar a população sobre este risco da natureza foi destacada como fundamental para promover maior preparação, previsão e resposta efetiva. Também foi definida como essencial a utilização de dados sinistrais, pois permitem avaliar e minimizar o risco de enchente, oferecendo uma análise detalhada e a identificação de áreas e setores mais suscetíveis.
Neste contexto, durante sua fala, Bosco Francoy apontou as enchentes como os sinistros mais frequentes entre os riscos da natureza, sendo a primeira causa de morte entre os desastres naturais (um terço do total dos falecidos). Além disso, ele trouxe à mesa um dado muito esclarecedor: as enchentes registraram 88 bilhões de euros globalmente em danos segurados, o que supõe, aproximadamente, 15% das perdas econômicas totais.
Embora, na Espanha, o consórcio de compensação de seguros cubra eventos climatológicos como as enchentes extraordinárias por sua característica de excepcionalidade, outros eventos como chuva, granizo ou neve são excluídos. A realidade enfrentada em 2024 é que, com a mudança climática, a frequência e a gravidade de enchentes em todo o mundo está aumentando. Por isso, como propôs a jornada, Francoy defendeu a necessidade de ampliar as coberturas sobre os eventos climatológicos que o consórcio proporciona.
Nos últimos anos, como indicam os diferentes relatórios do setor, as seguradoras, resseguradoras e empresas de seguro agrícola estão suportando uma estimativa de 100 bilhões de dólares anuais em perdas devido a esses desastres naturais.