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Placas flutuantes energia solar

Placas flutuantes: um novo avanço em energia solar

Instalações fotovoltaicas flutuantes representam um novo avanço em energia solar. Mais de cem grandes reservatórios espanhóis poderiam abrigar este tipo de usina, segundo o futuro decreto real apresentado pelo Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico (MITECO), o que significaria um aumento da potência instalada em energia renovável. Analisamos o presente e o futuro desta promissora fonte de energia.

É cada vez mais comum ver painéis solares nos telhados das casas, edifícios e em grandes extensões de terra. Em um futuro próximo, também será comum vê-los em reservatórios e em outros ambientes aquáticos.

Estamos falando de usinas fotovoltaicas flutuantes, uma tecnologia emergente que, como o próprio nome sugere, possui placas preparadas para flutuar na superfície de reservatórios de água potável, lagos e represas, entre outros locais, abrindo um novo horizonte para a energia solar, uma das fontes renováveis ​​mais consolidadas.

 

Experiência mundial

Embora seu desenvolvimento seja gradativo, a energia fotovoltaica flutuante já conta com mais de dez anos de experiências em diferentes partes do planeta. De fato, as primeiras instalações surgiram em 2007. O ritmo de crescimento aumentou nos últimos anos, com o conhecimento técnico, científico e ecológico sobre seu uso.

Atualmente, a maioria das instalações desse tipo está concentrada no continente asiático, líder em energia solar flutuante. Existem projetos de grande escala na China, Coreia, Cingapura e Japão, com exemplos nos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Na Europa, já há usinas na França, Suíça, Holanda e Portugal.

As expectativas são positivas. Segundo dados do Banco Mundial, essa tecnologia poderá dobrar a capacidade instalada de energia solar em breve, considerando os inúmeros reservatórios artificiais de água que existem em escala global.

 

A Espanha entra na corrida

O país enfrenta a implantação de energias renováveis nesta década. A meta é chegar em 2030 com uma inserção que permita que 42% do consumo final de energia e 74% de toda a geração de eletricidade sejam provenientes dessas fontes. Oportunidades para fórmulas alternativas surgem nessa corrida.

O Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico (MITECO) da Espanha lançou o desenvolvimento da regulamentação das usinas fotovoltaicas no domínio hidráulico público do Estado, uma ação inserida no pacote de medidas aprovadas para responder às consequências econômicas e à guerra na Ucrânia.

Até agora, na Espanha só funcionavam usinas fotovoltaicas flutuantes em pequenos reservatórios ou em balsas artificiais, destinadas majoritariamente ao consumo próprio (para alimentar os sistemas de irrigação no setor agrícola).

 

Existem atualmente na Espanha 106 reservatórios estatais com capacidade para receber esse tipo de instalação, distribuídos nas grandes bacias hidrográficas

 

O governo espanhol planeja explorar a instalação dessas usinas em mais de cem grandes reservatórios e outras infraestruturas hidráulicas estatais, como canais ou usinas de dessalinização, por meio de concessões operacionais com duração de no máximo 25 anos.

Existem atualmente na Espanha 106 reservatórios estatais com capacidade para receber esse tipo de instalação, distribuídos nas grandes bacias hidrográficas. Mais especificamente, são 28 reservatórios na Bacia do Guadiana, 24 no Guadalquivir, 20 no Tejo, 19 no Ebro, seis no Júcar, cinco no Segura, três no Douro e um na Bacia do Minho-Sil.

 

Parceria com hidrelétricas

Outra linha de desenvolvimento contemplada na Espanha é a localização de usinas próximas a hidrelétricas. Várias razões determinam essa localização, como aproveitar a capacidade solar e aumentar a produção de eletricidade, mas também otimizar as infraestruturas de evacuação e ajudar a gerir a produção em períodos de baixa disponibilidade hídrica, quando a geração hidrelétrica diminui.

Para viabilizar esse novo tipo de instalação, os projetos devem superar uma longa lista de requisitos técnicos para evitar possíveis impactos na qualidade da água e dos ecossistemas, além de contar com programas de monitoramento, conforme a proposta de decreto apresentado pelo MITECO.

As regulamentações incluem, por exemplo, no máximo três usinas por reservatório e cobertura parcial segundo o estado trófico de cada uma. Quanto pior a qualidade da água, maior poderá ser sua cobertura.

 

Fatores favoráveis e desafios

Não há dúvida de que as instalações solares flutuantes permitirão aumentar a capacidade de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis ​​na Espanha, acelerando a transição energética e a descarbonização da economia.

O MITECO destaca ainda outros potenciais benefícios, como “a redução da evaporação, uma vez que os painéis solares proporcionam sombra e limitam seus efeitos, muito importante em ambientes áridos, além da redução ou eliminação do sombreamento dos painéis pelo seu entorno, ou a ausência de necessidade de preparo significativo do solo”. Da mesma forma, acrescenta-se, “a sombra que as placas solares flutuantes proporcionam também ajuda a reduzir a presença de algas locais de água doce”.

Entre os desafios, por ser uma tecnologia emergente, será necessário avaliar o impacto ecológico no ecossistema aquático e aumentar o conhecimento e testes em usinas fotovoltaicas flutuantes.

 

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