Na atualidade, as grandes companhias tecnológicas de Silicon Valley parecem apostar, de maneira clara, por uma transição para a via verde no relativo à alimentação energética de suas infraestruturas, dando lugar a uma carreira pela construção de uma Internet com fontes renováveis.
A Internet se manifesta como o sistema nervoso central da economia mundial moderna. No entanto, a fabricação e alimentação de todos os dispositivos, centros de dados e infraestrutura relacionada, necessários para manter nosso mundo digital online, precisa de uma enorme quantidade de energia.
Estima-se que a pegada energética no setor das Tecnologias da Informação (TI) já consuma cerca 7% da eletricidade mundial. Em tanto, calcula-se que esta estatística aumentará ainda mais, já que as atuais projeções antecipam um tríplice aumento no tráfego da Internet a nível mundial para o ano 2020.
Assim, a maneira em que é construída e alimentada a infraestrutura digital no mundo cria o dilema sobre se haverá capacidade de realizar uma transição para a energia renovável, em nome de uma produção sustentável.
De fato, se a alimentação dos centros de dados e de outras infraestruturas digitais fosse 100% renovável, a crescente dependência da Internet poderia ajudar a acelerar uma transição para uma economia de alimentação renovável.
Diversas organizações, principalmente na área ecológica, desafiaram a eficiência energética do setor TI, sobretudo às principais arquitetas e operadoras da Internet global, para obter o compromisso de alimentar seu rápido crescimento com energia 100% renovável.
O resultado foi um aumento significativo na prioridade conferida às energias renováveis por algumas das maiores empresas da Internet.
Estima-se que a pegada energética no setor das Tecnologias da Informação (TI) já consuma cerca 7% da eletricidade mundial
Os pioneiros / As Tecnológicas transitam pela via verde
Hoje em dia, as grandes companhias tecnológicas de Silicon Valley parecem apostar, de maneira clara, por uma transição para a via verde na alimentação energética de suas infraestruturas.
A carreira pela construção de uma Internet com fontes renováveis começou com os líderes das plataformas digitais, como Facebook, Apple e Google, quem foram os primeiros em fazer um compromisso 100% renovável há quatro anos.
Posteriormente, somaram-se cerca de 20 companhias, incluídas as empresas mundiais de nuvem e housing, o que motivou às empresas a ingressar na corrida para construir uma Internet de alimentação renovável.
Há alguns anos, Google comprou 842 MW de energia renovável para seus centros mundiais de dados, com o objetivo de conseguir que todas as operações sejam realizadas com energia limpa.
Esses 842 MW comprados procediam de uma ampla variedade de instalações e tecnologias diferentes: de uma fazenda eólica na Suécia a uma instalação solar no Chile, e alimentam seus centros de dados em todo o mundo.
Então Google por exemplo, a fim de oferecer aos usuários o serviço de YouTube sem interrupções durante três semanas, emprega menos energia que uma lavadora de roupas em um de seus processos.
Se a alimentação dos centros de dados e de outras infraestruturas digitais fosse 100% renovável, a crescente dependência da Internet poderia ajudar a acelerar uma transição para uma economia de alimentação renovável
A companhia investiu 2,5 bilhões de dólares em projetos de energia renovável em grande escala.
Além disso, o gigante tecnológico patenteou, em 2007, um sistema de centros de dados localizados em plataformas marinhas, que obteriam energia da força das ondas.
Por sua vez, Apple investiu 745 milhões de euros em uma nova planta solar de proporções imensas, para alimentar de eletricidade sua sede em Cupertino (Califórnia), 52 lojas na costa oeste dos Estados Unidos e oferecer, ainda, um remanescente de energia para ser utilizado por 60.000 lares. Apple conta com diversas fazendas solares, que atendem às necessidades apresentadas pela tecnologia “na nuvem”.
É que todos os dados sincronizados e gerenciados por iCloud, os programas com acesso web, armazenamento de música, fotografias, downloads de música, vídeo e aplicações, e quaisquer tipos de documentos, precisam de uma enorme quantidade de energia que é fornecida por gigantescos centros de dados.
O centro da Apple por exemplo, em Maiden (Carolina do Norte), foi planejado desde o início para que toda sua energia fosse renovável. Outros centros, como o de Prineville, também tomam como base a sustentabilidade energética mas, neste último caso, com um sistema hidráulico em miniatura, que aproveita a força da água que passa pelos canais de irrigação da região.
Microsoft, Yahoo e Amazon também apostam pelas energias renováveis, porque além de resultarem uma aposta politicamente correta, são economicamente rentáveis. Além disso, as corporações podem controlar e conhecer seus custos, desde os investimentos até a manutenção, o que possibilita determinar o custo do quilowatt-hora produzido e estimar os gastos anuais em eletricidade.