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Como as novas tecnologias são assimiladas nos setores estratégicos?

A tecnologia está revolucionando o mundo. Imersos em um profundo processo de transformação digital, presenciamos sua repercussão no desenvolvimento econômico global. Descobrimos as tendências que serão mais fortes nos setores estratégicos em 2023.

A inteligência artificial (IA) adaptativa, o metaverso, as plataformas industriais na nuvem ou a tecnologia sustentável são algumas das tendências tecnológicas que, segundo a prestigiosa empresa analista Gartner, marcarão o ano de 2023. Que desenvolvimento se espera dessas soluções e como elas ajudarão a grande indústria a enfrentar com sucesso os desafios atuais?  

IA adaptativa, um passo à frente

Os sistemas de IA tornaram-se onipresentes em muitos aspectos além dos que podemos imaginar. Utilizamos algoritmos inteligentes nas buscas que conduzimos na internet, em cada compra on-line ou no filme que selecionamos em uma plataforma. Mas a IA é uma tendência em desenvolvimento contínuo, que ainda tem muito a percorrer. O ano de 2023 estará especialmente centrado na força da IA adaptativa, uma evolução que supera os modelos tradicionais de aprendizagem automática (machine learning) aplicados até hoje.

Os sistemas de IA baseados em um método de aprendizagem adaptativa empregam um enfoque flexível e continuamente enriquecido. Isto permite ao sistema monitorar e aprender das mudanças produzidas, enquanto continua trabalhando em previsões mais antigas, mantendo os processos atualizados em tempo real.

A implementação de sistemas de inteligência artificial adaptativos que utilizam o feedback dos padrões de uso e a otimização do valor comercial é empregada para melhorar as análises empresariais em indústrias como a fabricação de materiais e produtos químicos, nas quais o valor gerado pela plataforma de análise aumentou substancialmente.

 

AI TRiSM, desenvolvimento ético

Conforme a influência da inteligência artificial aumenta, também aumentam os desafios, sendo um dos principais o controle da privacidade e a ética. A AI TRiSM, abreviatura de ArtificiaI Intelligent (T)rust, (Ri)sk e (S)ecurity (Gestão), procura o desenvolvimento de métodos que apliquem princípios éticos aos modelos de IA.

A governança, a confiança, a equidade, a confiabilidade, a robustez, a eficácia e a proteção de dados do modelo serão os principais aspectos apoiados por esta solução. Para seu correto desempenho, as organizações deverão se esforçar para criar modelos éticos e transparentes. Trata-se de um passo imprescindível, dado o desenvolvimento previsto da inteligência artificial e da robótica empresarial, tecnologias da indústria inteligente, ou 4.0, nos próximos anos.

Entre suas possíveis aplicações, podemos destacar como a Danish Business Authority (DBA) vincula seus princípios éticos com ações concretas, comprova as previsões dos modelos a partir de provas de equidade e estabelece uma estrutura de supervisão dos modelos. Graças a essa solução, foram implementados e gerenciados 16 modelos de inteligência artificial que supervisionam transações financeiras de bilhões de euros.


Metaverso, a nova internet

A temática do metaverso foi uma das maiores tendências em 2022, mas ainda há muito trabalho pela frente para que o que hoje entendemos como um simples mundo virtual em três dimensões se transforme, efetivamente, em um prolongamento do mundo real. O que parece evidente é que essa evolução da Internet, na qual se oferecem experiências imersivas aos usuários, já não pode ser contida.

Não obstante, devemos considerar o metaverso uma inovação em combinação com diversas tecnologias, com aplicações e implicações muito variáveis, dependendo do setor.

Indústrias como as de telecomunicações estão trabalhando no desenvolvimento de um metaverso industrial no qual se conta com o ambiente imersivo para criar soluções inovadoras de engenharia e resolver problemas do mundo real, envolvendo gêmeos digitais, a internet das coisas (IoT) e análises em tempo real.

 

Plataformas industriais na nuvem

As plataformas na nuvem para uso industrial são outra tendência tecnológica que marcará o ano de 2023. Essas soluções se referem aos sistemas ou serviços na nuvem criados especificamente para determinados processos industriais, como a fabricação de fármacos. Não devemos confundi-las com a nuvem comercial, bem mais genérica.

Estes são alguns dos principais benefícios que as plataformas industriais na nuvem poderiam oferecer em ambientes de fabricação:

    • Incentivam os processos de integração vertical. Trazem maior alinhamento entre os processos de produção e o resto das unidades de negócio com a criação de uma rede de colaboração fluida e centrada nos dados.
    • Melhor preparação para enfrentar a indústria 4.0. Grande capacidade para receber dados de dispositivos inteligentes e integrar protocolos de comunicação.
    • Requisitos industriais variáveis e altamente personalizados. Compreensão de dados, padrões e políticas associadas a uma indústria específica.

 

Sistema de proteção digital para maior segurança

Para aumentar a proteção, a observação, a automação e os desenhos e provas extremas trabalham conjuntamente para proporcionar sistemas resilientes que reduzam os riscos operacionais e de segurança. É algo parecido com nosso próprio sistema imune biológico.

Trata-se da possibilidade de combater os vírus no preciso instante em que eles entram em contato com o sistema informático de uma empresa. O sistema imune os detecta automaticamente, os analisa e inclui a detecção e a proteção contra esses novos vírus para que, no futuro, sejam detidos iminentemente no momento que entrarem no sistema.

Trata-se de um avanço que repercutirá diretamente em uma cibersegurança mais sofisticada, que ajudará a proteger a segurança das grandes infraestruturas e de outras indústrias estratégicas. No caso do setor aeronáutico, por exemplo, algumas companhias aéreas utilizam a engenharia de confiabilidade do site, as práticas de engenharia do caos e um enfoque em “testar primeiro” para reduzir a complexidade dos sistemas e as possíveis vulnerabilidades.

 

Obtenção do valor inalâmbrico

Segundo Gartner, “a integração de múltiplas tecnologias inalâmbricas proporcionará uma base técnica mais rentável, confiável e redimensionável, que reduzirá os gastos de capital”. Para a prestigiosa empresa analista, a obtenção de valor inalâmbrico envolve desde a informática do usuário final tradicional até as soluções de identificação digital, passando pelo apoio a dispositivos no perímetro.

Todos esses desenvolvimentos farão com que a capacidade inalâmbrica deixe de ser uma simples tecnologia de comunicações para se tornar uma plataforma de inovação digital muito maior.

Já há aplicativos de uso no setor logístico nos quais a energia coletada da rede foi utilizada para identificar as mercadorias com chips de IoT de baixo consumo energético. Esse setor poderá utilizá-los para realizar um monitoramento direto dos produtos, garantindo sua rastreabilidade desde a origem até o ponto de distribuição. Isso também proporcionará mais agilidade no gerenciamento dos inventários e no controle da cadeia de suprimentos.

 

Tecnologia sustentável, o fechamento do ciclo

A inovação também se tornou, nos últimos anos, um complemento fundamental para atingir os objetivos globais de sustentabilidade. Desde a geração de energia com fontes renováveis até a reutilização de materiais na indústria para se conseguir uma economia circular, a tecnologia sustentável não é apenas uma linha de atuação para as empresas, mas também o caminho a seguir para uma sociedade comprometida.

Esse tipo de tecnologia, designada individualmente, mas que se alimenta de muitas das inovações já mencionadas, tem o objetivo de “preservar os princípios de sustentabilidade e minimizar o impacto ambiental”. Na revista da MAPFRE GLOBAL RISKS, ao longo dos últimos anos, apresentamos projetos de pesquisa e desenvolvimento interessantíssimos, com o propósito de, precisamente, cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Do ecodesign industrial até a gestão de resíduos no setor energético, abordamos essa estrutura de soluções que capacita a eficiência energética, impulsiona a sustentabilidade empresarial e valoriza o meio no qual se desenvolve a atividade. Esses são objetivos que, sem dúvida, abrangerão o futuro tecnológico dos setores estratégicos.

 

 

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