A evolução tecnológica avança de forma vertiginosa e transversal, transformando desde nossas pequenas rotinas até o mais transcendental negócio global. Não é possível reunir tudo em uma pequena lista. Veja algumas das tecnologias mais relevantes que marcarão o futuro.
Adotar avanços tecnológicos atrai investimento, exige treinamento e abre um mundo de possibilidades no desenvolvimento econômico. E, embora certamente você tenha ouvido falar delas, provavelmente não sabe tudo o que elas podem fazer por nós.
1. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA (GenAI)
É uma das tecnologias que mais evoluiu desde seu início, que remonta à primeira metade do século passado, quando o célebre matemático Alan Turing deu os primeiros passos na computação moderna. Na década de 1950, aqueles que são considerados os pais da IA (John McCarty, Marvin Misky e Claude Shannon) criaram esse termo que chamavam de “a ciência e a engenhosidade de fazer máquinas inteligentes”.
Desde o ponto de partida até hoje, os avanços que foram acontecendo são inúmeros e fáceis de acompanhar, até chegarmos no último marco alcançado: a Inteligência Artificial Generativa (GenAI), capaz de criar conteúdo com ou sem intervenção da mente humana em qualquer formato: áudio, texto, vídeo, imagens ou música.
Nas últimas semanas, tivemos várias discussões sobre se eles plagiam ou substituem a criatividade, se alteram o paradigma dos meios de comunicação da forma como os conhecemos e, até mesmo, sobre os usos fraudulentos que podem ser obtidos a partir dela, mas o certo é que muitos setores também a consideram uma ferramenta complementar e a utilizam como uma vantagem para melhorar a eficiência e a qualidade do trabalho de seus funcionários.
Sendo recém-chegada e uma arma poderosa que a maioria de nós ainda não sabe muito bem como usar, a Europa tenta regulamentar seu uso, e o Ministério da Cultura da Espanha já está trabalhando em um guia de boas práticas.
No mundo empresarial, a GenAI pode ajudar processando uma grande quantidade de dados e fornecendo informações valiosas em vários processos, desde o atendimento ao cliente até o design industrial. Contudo, é essencial que uma gestão de riscos específica seja integrada a essa área, pois um erro ou ataque em seus sistemas pode prejudicar irremediavelmente a atividade, o desenvolvimento e a reputação de qualquer negócio.
2. TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL
A inclusão de uma perspectiva sustentável em toda a atividade econômica já não é uma filosofia opcional nas empresas, mas um imperativo universal em qualquer setor. O Pacto Global das Nações Unidas, uma iniciativa da Organização que lidera a sustentabilidade empresarial no mundo, reivindica que essa proteção ao meio ambiente, aos direitos humanos e à luta contra a corrupção também seja feita por meio da inovação tecnológica.
Não à toa, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) fazem alusão direta à inovação como alavanca fundamental para alcançar a sustentabilidade empresarial. As empresas estão adotando práticas mais sustentáveis apoiadas em processos que favorecem a eficiência e o aproveitamento de recursos em sua atividade produtiva, além de aspectos específicos da era digital, como a criação de data center, onde estão sendo feitos grandes avanços no processamento e armazenamento respeitoso de dados.
Outra preocupação gerada pelo enorme uso de meios digitais é o consumo de energia, desenvolvendo métodos de uso preditivo e eficiência que atenuam seu impacto no meio ambiente. Esta mesma dinâmica está estabelecendo sinergias para criar ambientes industriais e residenciais mais inteligentes que favoreçam uma gestão hídrica mais eficiente, a prevenção de acidentes ou desastres naturais e a redução de emissões nocivas.
3. SAÚDE DIGITAL
No contexto da pandemia da Covid-19, a área da saúde mudou significativamente com um impulso sem precedentes na inovação e no desenvolvimento tecnológico. Esses esforços ocorreram em todas as áreas, desde a pesquisa até a assistência médica. Longe de ficar em algo pontual, o crescimento tecnológico manteve-se exponencial e até se integrou no uso diário dos pacientes.
Dispositivos que monitoram nossa saúde física em geral, atividade cardiovascular ou temperatura estão em pauta e ao alcance de praticamente qualquer bolso, assim como técnicas de cuidados para doenças mais específicas, como diabetes, epilepsia ou dependência. Estes dispositivos, cada vez menores e com maior autonomia, são frequentemente acompanhados por uma sensorização avançada que detecta (e até prevê) anomalias em tempo real. Além disso, muitos incluem um sistema de alarme que agiliza o atendimento ao paciente.
4. NUVEM
Embora não esteja incluída nesta lista por ser uma tecnologia de vigência permanente, o Big Data (os dados em massa que reúnem instituições, dispositivos e empresas) se apoia em uma tendência que está evoluindo de uma maneira massiva: as estruturas na Nuvem, cada vez mais específicas segundo o setor que apoiam e as necessidades da empresa que hospedam.
A nuvem, além do armazenamento de dados, oferece serviços paralelos de processamento e cibersegurança, e favorece a integração de tecnologias como a Inteligência Artificial ou o Machine Learning em qualquer âmbito do negócio. Atualmente, existem três tipos de estruturas que podem ser adotadas:
- Nuvem pública: oferece serviços de processamento, armazenamento, desenvolvimento e implementação de aplicativos, entre outros, mas estão hospedadas em um espaço de propriedade e administração externa (ou em uma nova de terceiros), como as oferecidas por grandes fornecedores como Google Cloud, Microsoft Azure ou Amazon Web Services.
- Nuvem privada: cada instituição ou empresa fornece internamente todos os sistemas relacionados à nuvem. Isso confere mais controle e personalização sobre as informações armazenadas e, portanto, uma segurança mais inviolável. Por outro lado, também acarretam custos adicionais e limitação de recursos associados ao ambiente de TI da empresa.
- Nuvem híbrida: é o resultado de uma arquitetura harmonizada que combina uma ou mais nuvens públicas com o ambiente local da empresa, permitindo a escolha da localização final dos dados com base nas prioridades exigidas para armazenamento e operação.
5. COMPUTAÇÃO QUÂNTICA
Embora tenha dado os primeiros passos há mais de 40 anos, a computação quântica está em seu momento mais promissor. Tanto é verdade que sua evolução a transformou novamente em uma tecnologia emergente, destinada a mudar a informática tal como a conhecemos —e, com ela, o desenvolvimento econômico mundial.
A premissa é simples: a partir das leis da mecânica quântica, ser capaz de resolver problemas extremamente complexos em minutos, que antes poderiam demandar dias, meses e até anos de trabalho. Essas máquinas extremamente eficazes hoje são consideravelmente diferentes das primeiras máquinas, desenvolvidas há mais de 40 anos.
Como a Microsoft descreve, “os equipamentos quânticos aproveitam o comportamento único da física quântica, como sobreposição, entrelaçamento e interferência quântica e o aplicam ao cálculo” para introduzir novos conceitos de programação. Esses equipamentos quânticos não são necessariamente mais rápidos do que um computador, mas funcionam excepcionalmente bem para modelar outros sistemas quânticos e gerenciar a complexidade e a ambiguidade de sistemas que sobrecarregariam computadores clássicos.
Embora ainda esteja em fase de desenvolvimento, já são inúmeras as aplicações dadas a esta tecnologia em campos como as finanças (onde são capazes de otimizar carteiras de investimento e até melhorar a detecção de fraudes), a saúde (para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos personalizados) e até o transporte (campo no qual já foi utilizada para projetar aviões mais eficientes).
[Atualização do artigo de 2018 “10 tecnologias que moldarão o futuro”].