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Entrevista a Bosco Francoy, CEO da MAPFRE Global Risks

1.               Desde o começo deste ano foi nomeado CEO da MAPFRE Global Risks. Você poderia fazer um resumo de sua trajetória profissional na MAPFRE?

Depois de passar pela Universidade Pontifícia de Salamanca para me formar em Administração de Empresas, em 1994 ingresso na MAPFRE RE.

Em 2003 eu me encarrego do escritório da MAPFRE RE no Chile e em 2009 da operação da MAPFRE RE no Brasil depois do fim do monopólio de resseguro existente no mercado. Em 2014 concilio esta responsabilidade com a direção da MAPFRE RE na Argentina. A meados de 2015 volto a Madri, como diretor regional para LATAM e diretor de Assinatura para Facultativo na MAPFRE RE.

Em janeiro de 2016 ingresso na MAPFRE Global Risks como Chief Operating Officer e membro do Conselho de Administração, e desde janeiro de 2019 como CEO da mesma.

2.              Como você define o papel da Unidade de Global Risks dentro do grupo MAPFRE? 

A MAPFRE opera com quatro Unidades de Negócio: Seguro Direto, Assistência, Resseguro e Global Risks. A Unidade Global Risks é a Unidade especializada do Grupo em fornecer soluções de seguros completas a grandes empresas, companhias multinacionais e a empresas de setores globais de atividade. Para desempenhar esta função, a Unidade Global Risks gerencia todo o negócio de grandes riscos na MAPFRE em coordenação com as companhias de seguro direto do Grupo nos diferentes países, e com a MAPFRE RE, que proporciona a cobertura resseguradora necessária.

3.               Quais são os mercados em que irá concentrar os seus esforços a curto e médio prazo?

A MAPFRE Global Risks tem uma orientação exclusiva ao cliente de grandes riscos nos mercados onde a MAPFRE opera. Por esse motivo, nossa atividade está centrada nestes mercados onde a MAPFRE tem presença seguradora, particularmente em IBERIA e na América Latina, onde a MAPFRE é a companhia líder neste segmento de clientes. Também estamos crescendo no negócio de grandes riscos na Turquia.

4.               Em que setores de riscos globais vocês estão desenvolvendo sua atividade seguradora? Que estratégia vocês estão apresentando a este respeito?

As equipes altamente especializadas com as que contamos na MAPFRE Global Risks nos capacitam para atender às diferentes necessidades seguradoras de nossos grandes clientes nos setores de Property, Responsabilidade Civil, Engenharia e Transportes. Normalmente, as coberturas de Danos são as que maior volume de prêmios produzem, como refletido em nossa carteira; mas existe uma clara oportunidade para diversificá-la no curto prazo, procurando sempre a oferta integral que cubra todas as necessidades seguradoras do cliente MAPFRE.

5.               Na sua opinião, que elementos os gerentes de riscos das grandes empresas valorizam mais na hora de procurar soluções de seguros?

 

A figura do gerente de riscos e sua equipe tem uma importância muito relevante no negócio dos riscos globais. Os gerentes de riscos são os gestores da cultura do risco de suas empresas, emanadas de seus conselhos de administração, e definem as políticas para o asseguramento destas. A confiança, a relação estável e de longo prazo, o permanente contato com as equipes da UNIDADE GLOBAL RISKS que administram seu programa de seguros, a rede associada ao mesmo e a excelência na qualidade do serviço são os elementos que, na minha opinião, eles mais valorizam.

6.               De seu ponto de vista, o que os diferencia nos mercados? Qual é a proposta de valor da MAPFRE Global Risks para seus clientes?

MAPFRE é um nome associado a CONFIANÇA. E essa confiança estrutura-se sobre dois eixos: o cliente como centro e a qualidade no serviço. Essa é a diferença que os clientes, e que os mercados valorizam. Nossa proposta de valor está completamente alinhada com a da MAPFRE, por meio de equipes e pessoas comprometidas e altamente especializadas.

7.               Como você vê o futuro do setor de grandes riscos? Que necessidades surgirão nos próximos anos? Como a MAPFRE Global Risks está se adaptando a estas mudanças?

O excesso de capacidade no mercado de resseguro provocou que o segmento dos grandes riscos tenha permanecido durante muitos anos em uma continuada tendência de mercado “soft” que, na minha opinião, desgastou excessivamente as margens técnicas. Os resultados dos últimos anos, acompanhados de uma elevada sinistralidade catastrófica, levaram necessariamente a um endurecimento seletivo das condições por território, setor de atividade e cliente. Mas ainda teremos de esperar para confirmar se uma mudança de tendência mais generalizada se consolida.

O grande desafio para o mercado é adaptar-se a uma situação de incremento de condições que é nova para as equipes dos segurados, brokers, seguradoras e resseguradoras, que já acumulam certa experiência, mas que nunca tinham estado diante de um endurecimento tão generalizado de condições. Agora é o momento onde os gerentes de riscos devem exibir suas habilidades para conciliar este ambiente mais complexo e as soluções mais adequadas para seus riscos, tanto em preço como em coberturas.

Desde a MAPFRE Global Risks acreditamos no crescimento com rentabilidade e apostaremos naquelas linhas, tradicionais ou inovadoras, que nos permitam uma presença de longo prazo nos programas de seguros de nossos clientes; esta é nossa vocação, como já comentei.

8.              Quais serão suas prioridades nos próximos anos e como propõe a evolução da Unidade a médio e longo prazo?

Concentrar-nos no cliente MAPFRE, seguir melhorando a qualidade do nosso serviço e da nossa oferta global para nossos clientes, e manter a aposta decidida pela inovação para continuar crescendo e consolidar a posição de liderança que alcançamos em LATAM e IBERIA.

9.               Durante os dias 5 a 7 de junho realizaram-se as Jornadas Internacionais Global Risks em Salamanca, evento de provado prestígio no setor. Qual é sua avaliação destas Jornadas?

Efetivamente, convocamos nossos clientes, parceiros e colaboradores às já tradicionais Jornadas Internacionais MAPFRE Global Risks que realizamos na magnífica cidade de Salamanca. Foram desenvolvidos alguns painéis que, segundo os assistentes às mesmas, foram especialmente ricos no compartilhamento de ideias e enfoques e, especialmente, em conclusões, que já colocamos à disposição do setor para seu aproveitamento. Nosso objetivo, que acreditamos ter sido alcançado, é aprender, aprofundar e compartilhar, sobre as necessidades do nosso setor a partir do enfoque de todos os seus protagonistas.

Como já se tornou público, criamos o Prêmio Internacional à excelência na Gerência de Risco; a empresa designada para tal prêmio nesta primeira edição foi a RIU Hotels& Resort. O prêmio foi entregue ao seu diretor de Seguros, Rafael Fau, na cerimônia de encerramento das Jornadas Internacionais.

 

10.           Por último, alguns aspectos pessoais que queira compartilhar com os leitores.

Apesar de que não disponho de todo o tempo livre que eu gostaria, desfruto muito do esporte, que pratiquei durante toda a minha vida. Atualmente dedico um pouco de tempo para correr; quando posso escapar pratico esqui e monto a cavalo. Também gosto de paddle e de futebol, apesar de que faz alguns anos deixei de praticar ambos pelo risco de lesões. Sou do Real Madrid, apesar de que sigo de perto o tênis, o futebol americano… em fim, tenho interesse pelo bom esporte, mas sem que seja uma obsessão. Eu adoro a música, em uma faixa muito variada de estilos. Atualmente muito jazz, se posso ao vivo, música clássica, flamenco, mas sem esquecer o pop e o rock, e procurando não sair do mais atual. Também desfruto da leitura, e sinto fraqueza pela história. Outro de meus grandes hobbies é a Semana Santa em Málaga, da que participo há muitos anos. A família, os amigos, viajar… e vários hobbies mais, para aproveitar os momentos maravilhosos que a vida nos presenteia!

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