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Entrevista a Antonio Gómez-Guillamón, Presidente da ANDALUCIA AEROSPACE, Cluster empresarial Hélice, e CEO da empresa AERTEC SOLUTIONS

1.       O que é e qual é o objetivo da ANDALUCIA AEROSPACE Cluster Hélice?

A Andalucía Aerospace representa o tecido de empresas do setor aeroespacial na Andaluzia. O objetivo principal é dar visibilidade às capacidades da Andaluzia em todo o ciclo industrial do avião e aos novos desenvolvimentos relacionados com a aeronáutica e o espaço. A Andaluzia é um dos polos industriais aeroespaciais mais importantes do mundo, e um dos três lugares da Europa onde as grandes aeronaves são montadas e submetidas a todos os testes até serem entregues ao cliente. Isto permitiu o desenvolvimento de uma cadeia de fornecimento e um tecido auxiliar muito potente, com empresas muito internacionalizadas e capacidade de desenvolvimento de tecnologia.

O próximo objetivo é fortalecer o tecido empresarial, favorecendo sinergias entre empresas em: pesquisa, inovação, internacionalização, formação e conhecimento especializado.

2.      Qual é o perfil das empresas que o compõem e quais são os benefícios de ser membro do cluster?

O perfil cobre o ciclo industrial completo, do design até a fabricação, montagem, testes e suporte. Entram nela quase todos os elos da cadeia de fornecimento, desde os três grandes tier1 de aeroestruturas espanhóis, tier2, empresas de engenharia, de logística, de ensaios, sistemistas de eletrônica e software, etc. São cerca de quarenta empresas associadas que representam o melhor do setor na Andaluzia.

Ser membro do cluster lhe facilita uma relação estreita entre as empresas e desenvolver todas aquelas iniciativas que empresas de um mesmo setor podem considerar interessante implementar.

3.       Sob seu ponto de vista, como CEO da empresa AERTEC SOLUTIONS, como está evoluindo o setor da aviação, tanto nacional como globalmente?, Como você vê a tendência futura?

O setor está vivendo um tempo muito excitante. Por um lado você tem a tranquilidade do transporte aéreo mundial que cresce de forma sustentável em torno dos 4% anuais. Mais passageiros significam mais aviões, mais aeroportos e mais negócio relacionado com a tecnologia aeronáutica. No entanto, da nossa posição europeia, você enfrenta o desafio de que os mercados que mais crescem são os asiáticos e isso gera um deslocamento de interesses que já não faz com que a Europa seja o centro do mundo, como vemos nos mapas.

Por outro lado estão os desafios da transformação digital que abriram novos horizontes bastante tecnológicos, com novos conceitos que podem ter crescimentos muito rápidos. Entre eles temos o avião completamente elétrico, os drones ou veículos aéreos não tripulados, a mobilidade aérea urbana, as constelações de microsatélites, os novos lançadores de baixo custo, até a mineração espacial. Alguns temas parecem de ciência ficção, mas serão uma realidade muito antes do que pensamos e é preciso se posicionar.

Tudo o que foi falado antes está dito em um contexto global. Do ponto de vista nacional temos a força de ser uma das poucas nações capazes de fazer a montagem final de um grande avião até entregá-lo ao cliente e temos um tecido industrial muito robusto e com tradição. O desafio é manter-se e ser mais globais, para isso temos de investir mais em novos desenvolvimentos, ser excelente em tecnologias nas quais temos certa liderança e ganhar posição nas novas. O apoio governamental é importante para acelerar nossa capacidade de investimento e a assunção do risco envolvido.

4.       Qual a importância da inovação nas empresas deste setor, e como se transferem estas iniciativas para a prática?

A inovação é fundamental. Nosso setor é absolutamente global, isto quer dizer que a concorrência pode nascer em quase qualquer lugar do mundo. Por outro lado, é um setor muito exigente em qualidade, confiabilidade, custos, segurança, que requer muita engenharia e emprego qualificado para poder trabalhar. A indústria espanhola pode ter campos de excelência, mas aparecem novos materiais, novos processos, usos das tecnologias digitais, que obrigam a empresa a um investimento contínuo em inovação para não perder o passo e ver-se superado pela concorrência.

Além disso estão os novos mercados emergentes. Por exemplo, a Andaluzia tem condições excepcionais para estar na vanguarda do segmento dos sistemas aéreos não tripulados, os populares drones.

5.       Que contribuição tem um cluster como a ANDALUZIA AEROSPACE na indústria da aviação?

A existência de um cluster regional é importante. Unidos conseguimos mais atenção internacional para explicar as capacidades agregadas que existem na Andaluzia, capazes de abordar um projeto aeronáutico em todo o seu ciclo e com grande parte da cadeia de valor. De igual modo, o cluster é uma plataforma de encontro entre as empresas, favorece os acordos entre elas, sejam de negócio, de colaboração ou de inovação conjunta, inclusive de expansão internacional. Também coloca em evidência outros aspectos, que qualificação profissional se necessita para cobrir as demandas das empresas, que formação específica podemos proporcionar, que conhecimento especializado é preciso cobrir. Isto permite orientar a oferta formativa regrada e não regrada, e contatar com especialistas nos temas mais concretos e complexos.

6.       Como o mais alto executivo de uma importante empresa do setor, quais, baseado em sua experiência, são os principais riscos que você enfrenta no desenvolvimento de sua atividade, e quais principais medidas são tomadas para eliminá-los ou mitigá-las? Que papel desempenha o seguro nessa proteção de seus riscos?

Os riscos mais importantes que administramos rondam em torno da grande complexidade operacional do aeroporto e do elevado valor das aeronaves e sistemas aéreos nos que trabalhamos. Isso exige de nós um alto grau de especialização e qualidade em todos os serviços e produtos que desenvolvemos para nossos clientes.

 

De forma adicional e a partir do nosso plano de gestão integral de riscos, temos definidas diferentes coberturas tanto externas como internas, entre elas: gestão do talento e formação para empregados, sistemas de prevenção de riscos, investimentos e inovação, coberturas generalistas e coberturas específicas tanto de nossos desenvolvimentos como dos produtos finais que recebem os clientes e dos serviços que prestamos.

 

O seguro é a cobertura externa mais importante para nós, pois nos ajuda a eliminar os riscos mais importantes e quantiosos. É preciso pensar, por exemplo, que uma aeronave vale muitos milhões de euros. As empresas aeronáuticas precisamos do apoio das seguradoras para cobrir nossos riscos e para isso o mercado segurador tem produtos muito concretos e adaptados aos mesmos, tanto no âmbito nacional como internacional. No entanto, a tecnologia continua e aparecem novos desafios, a empresa e as seguradoras têm de trabalhar de mãos dadas para estudar as implicações e favorecer os novos desenvolvimentos em um ambiente de trabalho seguro que dê tranquilidade a todas as partes.

 

7.      Com relação ao recente acordo de colaboração assinado com a MAPFRE, quais são as perspectivas para ele? Como você considera que a MAPFRE pode ajudar as empresas que compõem o cluster a desenvolver sua atividade?

De certa forma, as chaves da colaboração entre a MAPFRE e a Andalucía Aerospace já foram mencionadas por mim. Este setor move-se em um ambiente complexo, muito internacional, com riscos que podem chegar a ter um grande impacto em volume econômico, que inova entrando em cenários tecnológicos novos. A isto acrescentamos os riscos próprios de uma atividade empresarial, com pessoal profissional, processos complexos e operações internacionais.

O conhecimento especializado da MAPFRE para entender, assessorar, propor e, se necessário, entrar na cobertura de riscos, é muito importante para as empresas. Ter a MAPFRE “à mão”, como sócio colaborador do cluster, com canais de comunicação abertos, acessível para uma consulta particular, ou uma conversa aberta na que a MAPFRE explica aos associados temas específicos de sua atividade, ou se presta a participar em uma reunião de trabalho para estudar implicações proporcionando o ponto de vista da cobertura de riscos, algo especialmente importante em temas de inovação, são vantagens que conseguimos tendo a MAPFRE como aliada dentro do cluster.

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